Universo das Descobertas Ciências
Bate Papo com os autores da coleção
José Trivellato Júnior
Licenciado em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências/Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Licenciado em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Nove de Julho. Mestre em Didática pela Faculdade de Educação da USP. Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da USP. Professor de Ciências no Ensino Fundamental e no Ensino Médio.
Poderia nos contar mais sobre a relevância dessa coleção e como ela se alinha com a BNCC?
José Trivellato: Com certeza! Usar a coleção "Universo das Descobertas" na sala de aula contribui para a formação de jovens participativos na sociedade, com princípios éticos e compromisso com valores democráticos. Acreditamos que, para tomarmos decisões conscientes como cidadãos, precisamos estar aptos a entender o conhecimento científico. Esse entendimento nos ajuda a lidar com questões como problemas ambientais, saúde pública, produção de alimentos e a matriz energética do nosso país. Essa é a intenção por trás deste material educativo, que contém textos, imagens, atividades práticas, debates, entre outros, sobre os mais diversos temas científicos propostos pela BNCC.
E sobre a aprendizagem? O que os estudantes e professores podem esperar da sua coleção?
José Trivellato: A coleção apresenta metodologias ativas de ensino, cujo objetivo é valorizar a atuação dos estudantes no processo de aprendizagem. O estudante não é apenas um ouvinte, mas é convidado a fazer e participar ativamente do processo de desenvolvimento da aula. A coleção promove o desenvolvimento da autonomia e oferece aos estudantes oportunidades para refletir, trabalhar em equipe e solucionar problemas, entre outras atividades. O professor, por sua vez, assume um papel de mediador, atuando como um facilitador do processo de ensino-aprendizagem.
Por exemplo, os estudantes são incentivados a buscar novas informações e conhecimentos, bem como a definir um plano de trabalho que os permita construir conhecimentos para propor explicações ou soluções para um problema.
Além das aulas expositivas, outras modalidades didáticas estão presentes na coleção, como: debates orientados, demonstrações, atividades práticas científicas, simulações, atividades extraclasse, planejamento e execução de projetos, pesquisas sobre temas pontuais entre outras.
Marcelo Tadeu Motokane
Licenciado em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências/Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Mestre e Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da USP. Professor da Faculdade de Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto.
Poderia nos explicar a relação entre o ensino de ciências e a cidadania?
Marcelo Motokane: Com certeza. Ao longo dos anos, diversos documentos curriculares nacionais têm destacado a importância do conhecimento científico na construção da cidadania na educação básica. Mais recentemente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) afirma claramente que as questões científicas necessitam de abordagens didáticas que favoreçam essa formação do aluno ao longo de sua escolaridade.
E como você acredita que um ensino de ciências voltado para a cidadania deve ser?
Marcelo Motokane: Acredito que um ensino de ciências que esteja focado em educar para a cidadania deve abranger várias dimensões. Deve levar em consideração valores éticos, morais, estéticos, econômicos, culturais, políticos e sociais que estão interligados com o conhecimento científico.
E de que forma a sua coleção aborda o ensino de ciências voltado para a cidadania?
Marcelo Motokane: Em nossa coleção, o ensino de ciências é apresentado como uma forma de proporcionar aos alunos a possibilidade de ampliar sua visão de mundo. Queremos que eles reconheçam que tomar decisões justas e responsáveis é o caminho para uma sociedade melhor.
Júlio Cezar Foschini Lisboa
Licenciado em Química pelo Instituto de Química/Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Ensino de Ciências pelo Instituto de Química/Faculdade de Educação da USP. Professor titular de Química do Centro Universitário Fundação Santo André.
Como a Química é abordada em sua coleção?
Júlio Lisboa: Claro, em nossa obra, buscamos proporcionar aos alunos uma visão sistêmica do conhecimento químico. Isso implica considerar não apenas os conceitos científicos por si só, mas também os aspectos socioeconômicos, culturais, ambientais e tecnológicos que estão relacionados, contribuindo assim para o exercício pleno da cidadania.
Como a Química se encaixa no cotidiano dos estudantes?
Júlio Lisboa: A Química, que é o campo da ciência dedicado ao estudo das substâncias, suas propriedades e transformações, está presente no cotidiano dos estudantes. Eles lidam rotineiramente, direta ou indiretamente, com alimentos, medicamentos, produtos de higiene e limpeza, combustíveis, pilhas, tintas, pigmentos e solventes. A falta de conhecimento químico pode levar a consequências indesejáveis, como explosões, intoxicações, incêndios e queimaduras.
E quais são os principais conceitos químicos que os estudantes precisam entender?
Júlio Lisboa: Para enfrentar as várias situações-problema presentes em seu contexto social, é necessário que eles compreendam os três principais conceitos estruturadores desse conhecimento químico: o de substância química, uma das bases do pensamento da Química moderna, o de elemento químico e o de transformação química, bem como a linguagem química inerente a esses conceitos.
Como esses conceitos são trabalhados na sua coleção?
Júlio Lisboa: Em nossa obra, esses conceitos são explorados sob várias perspectivas, todas interligadas: fenomenológica (macroscópica), interpretativa (microscópica), qualitativa, quantitativa, histórica, industrial (sistema produtivo) e ambiental. Realizamos isso por meio de atividades relevantes, progressivas, atraentes e variadas, experimentais ou não, orientando a formação de conceitos químicos e desenvolvendo uma postura crítica e ativa no educando.
Carlos Aparecido Kantor
Bacharel em Física pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). Licenciado em Física pela Faculdade de Educação da USP. Bacharel em Meteorologia pelo Instituto Astronômico e Geofísico da USP. Mestre em Ensino de Física pelo Instituto de Física e pela Faculdade de Educação da USP. Doutor em Educação pela Faculdade de Educação da USP.
Qual o papel da Física na sua coleção?
Carlos Kantor: A Física tem uma particularidade interessante, ela fornece subsídios teóricos para outras ciências, como a Astronomia, e também para aplicações tecnológicas em várias áreas. Ela auxilia no desenvolvimento de vários equipamentos, desde os de uso cotidiano, como televisores e smartphones, até os voltados para usos mais específicos, como equipamentos médicos e naves espaciais.
Então, a tecnologia tem um papel relevante na Física?
Carlos Kantor: Com certeza. O avanço da tecnologia possibilita à Física expandir seu campo de estudo. Telescópios nos permitem estudar o Universo, enquanto os aceleradores de partículas nos ajudam a entender as propriedades das menores partículas existentes.
E a sociedade influencia a Física de alguma maneira?
Carlos Kantor: Sim, a Física, como toda ciência, é uma construção do ser humano e seu desenvolvimento acontece por meio da colaboração de um grande número de cientistas. Estes cientistas estão inseridos em ambientes sociais diversos, que muitas vezes influenciam a direção de suas pesquisas.
Como essa relação entre a Física, a tecnologia e a sociedade é apresentada na coleção "Universo das Descobertas"?
Carlos Kantor: Nessa coleção, buscamos apresentar os conhecimentos de Física, sempre que possível, integrados a outras ciências, relacionados a aplicações tecnológicas e ao contexto social em que foram desenvolvidos. A ideia é proporcionar uma aprendizagem significativa desses conceitos.
E o que é mais importante para os estudantes ao aprender sobre Física?
Carlos Kantor: Acreditamos que, mais importante do que dominar os conceitos físicos, é compreender como eles são construídos. Isso permite dominar uma forma de raciocínio que pode ser aplicada em muitas situações na vida dos estudantes.